Ser magra - acho lindo
quando uma pessoa (geralmente magra) se esquece de comer. -Eu estava tão ocupada
- diz a magrela, com o olhar alheio, - que me esqueci de almoçar.
Comigo não tem jeito, minha
fome só passa se ficar doente, e muito; ou se morrer alguém, ou se ficar
extremamente feliz. Esses acontecimentos
são raros, por isso, engordo.
Ser introvertida - admiro
tanto aquelas pessoas concentradas, silenciosas, que passam horas diante do
computador, sem dar uma palavra. Tiram
toda a energia de dentro de si (ou da
internet) e passam a impressão de serem profissionais
competentes e sérios.
Já eu só consigo trabalhar
falando, nem que seja comigo mesma, ou com o meu gato e de vez em quando dou
uns trinados, que fazem alguns colegas (introvertidos, claro), me lançarem
olhares repressivos.
Ser mansa e controlada - ah, como deve ser
maravilhoso conseguir se manter de cabeça fria, diplomático e pacificador! Não consigo: sou apaixonada e defendo
ferozmente minhas opiniões. Faço um
esforço muuuiiiiito grande para respeitar a opinião alheia. Às vezes consigo,
pelo menos aparentemente.
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Ser corajosa - uma vez fazia um passeio de bugre com meu filho,que tinha 9 anos, e
duas jovens catarinenses que acabara de conhecer. A certa altura, vimos 2
rapazes que ofereciam um passeio de ultraleve.
A moça não pensou 2 vezes: entrou no ultraleve e partiu feliz
Quanto a mim, o máximo que
consegui foi mudar o passeio da modalidade “sem emoção” para “com emoção”, e me
lamentava, a cada vez que o carrinho subia ou descia uma duna: aiiiiii, pra que
fui colocar meu filho nessa fria!
Ser superhiperativa – tenho uma amiga que
trabalha oito ou mais horas, estuda inglês, frequenta a academia, faz massagem,
acorda todo dia meia hora mais cedo para passar cremes e loções, faz remo, vai
ao cabeleireiro e à manicure... ai, que
inveja! Fiquei cansada só de escrever. Imagine se fosse fazer as coisas
que ela faz!
Mas
tenho esperança de que um dia conseguirei cumprir aquela velha promessa, feita a
mim mesma, de fazer atividade física, cuidar mais da beleza, começar
o curso de inglês, etc. Quem sabe no ano que vem...
Aliás, o ano que vem é fonte
de esperança, de mudança e renovacão. Pena que ainda faltam sete meses pra
começar.