Cacá, por estes dias, está encantado com o sol. Ontem, ao sair para trabalhar, deixei-o sobre a mesa, tentando resgatar os reflexos de luz que brincavam sobre o vidro de um quadro. Tão bela aquela imagem: a carinha delicada do gato, seus olhos verde-água acompanhando perplexos o movimento da luz!
Hoje, no mesmo horário, ouvi seu chamado insistente e fui até a sala.
- O que é que há, meu amor? Acompanhei a inclinação de sua cabeça para encontrar o motivo de tanta inquietação: uma fina réstia de sol desenhava-se no teto, da janela até a parede frontal. Olhando para ela, Cacá miava, aflito.
Juntei as duas abas da cortina para terminar como o motivo de sua inquietação.
E saí pensando que, muitas vezes, agimos como o meu gatinho: nos assustamos com alguma coisa, simplesmente por ser desconhecida. E fugimos, deixando de aprender ou experimentar algo novo. Deixando de viver novas experiências, sem ao menos tentar. Igualzinho ao gato com pelo dourado, que teme a luz do sol da qual ele mesmo foi tecido.
Curto e profundo. E deixamos de viver tantas coisas pelos medos que habitam a nossa imaginação. Que a gente possa ir além e sentir o sol de cada descoberta.
ResponderExcluirbjs,
Newmann