Faz tempo que não apareço por aqui, que não
atualizo o blog, faz tempo que escrevo apenas na minha cabeça. Motivo? A vida e suas prioridades, fatos que,
no meu caso, tornaram-se mais importantes que o blog e a necessidade de
escrever porque envolvem seres viventes.
Mais especificamente, seres viventes lindos e fofinhos, sempre
cheirosos, que atendem pelo genérico nome de gatos.
A gatinha em questão está, nesse momento,
deitada no meu sofá, seu pelo branquinho fazendo um lindo contraste com o
vermelho da almofada em que se recosta, seus
olhos brilhantes sempre atentos. O
câncer, que ferira seu nariz, felizmente regrediu e só falta ela perder o medo
de mim. Agora está tudo bem, mas Maria
Rita, carinhosamente chamada de Tita ou Branquinha, sofreu e exigiu muita
paciência de minha parte e de todos que comigo compartilharam sua vinda para
cá. Foi um resgate emocionante, nos jardins do prédio onde trabalho, seguido da
ida ao veterinário, à noite, com Maria Rita surpreendentemente quieta dentro da
gatoeira, no banco de trás do carro de Vânia, que dirigiu muito cuidadosamente
até a clínica.
Depois da castração e exames, veio o tempo no
quartinho do porão, no bloco onde moro.
Foi muito difícil para mim, pois eu fazia de tudo que me aconselhavam
para estabelecer contato, mas a Branquinha apenas ficava me olhando daquele
jeito assustado, olhinhos sempre alertas, pronta para fugir.
Graças a Zezé, protetora também responsável pelo resgate, consegui, no
sábado de carnaval, após pouco mais de um mês no porão, trazer Tita para meu
apartamento. Instalei-a no quarto do meu
filho, com água, comida e a privadinha.
Jamais pensei que agradeceria a Deus pela
afinidade que meu filho Agnaldo tem com a bagunça em seu quarto, pois acho que isso,
junto com sua bondade natural, lhe deu a paciência necessária para ficar mais de 60 dias com uma gatinha morando em seu quarto, que só era arejado às
quintas-feiras, quando vinha a diarista. Quase desisto, mas o veterinário
dissera que Maria Rita não podia mais viver ao sol por causa do câncer e isso
me fez persistir.
Enquanto Maria Rita se escondia embaixo da
cama e passava horas abaixo da janela, por trás de uma bancada, eu conversava com inúmeros protetores e veterinários, buscando uma
solução. Uma
noite, liguei aflita para minha irmã e disse-lhe que pensava em devolver a gatinha
para o lugar de origem. Rose, que ama os
gatos desde criança, me disse: tenha paciência, o tempo dela é diferente do
nosso, espere um pouco mais.
Foi então que alguém me indicou o felliway, substância
poderosa que facilita a integração entre felinos, pessoas e ambientes. Perdi o amor ao dinheiro e comprei o felliway.
Vivi me emprestou o difusor e ... 5 dias depois, deu-se o milagre: Maria Rita
saiu do quarto e começou a se integrar ao seu novo lar. Aos poucos e com muito
cuidado, fui tirando do quarto sua comida e banheirinho, até que passou a
satisfazer suas necessidades físicas junto com seus novos irmãos, Fefê e Kaká,
meus outros “netinhos que miam”.
Hoje, é uma alegria ver minha linda branquinha
ficando cada vez mais bonita e saudável. Descobriu o conforto de uma casa
(gatos adoram conforto) e gosta de passar as tardes dormindo na minha cama,
sobre as almofadas. Também gosta de brincar
com Fefê e KK, com bolinhas que fazem barulho, e de rolar no tapete da sala. A plena consciência de que jamais conseguiria
sozinha, me leva a agradecer a todos que contribuíram de alguma forma para que
a vida de Tita fosse salva, uma vez que seu companheiro foi morto por 3
cachorros, no lugar onde moravam.
Bom, eu falava no início que os cuidados com
gatinhos me afastaram dos escritos e do blog. Quero acrescentar que, nesse
momento, lá no quarto do porão estão Mila Mamãe e seus 6 filhotes. Mas... essa história eu conto depois.
Ana Cecília,
ResponderExcluirQue blog gostoso, sereno e tranquilizante!
Deve ser a forma como você escreve: com tanta naturalidade...
Que bom que Branquinha finalmente ficou boa e se adaptou à nova família. Vivo um dilema aqui em casa: um filho gosta de cachorro e o outro de gato. Como o cachorro chegou primeiro, estou pensando em como fazer para ele se acostumar com um gato.
Parabéns pelo blog, visitarei mais vezes!
Me emocionei com The Sound of Silence. Como precisamos de pouco para ser felizes, né?
Um beijo,
Kátia
Oh, Kátia, que alegria me dá o seu comentário! Pena não poder aconselhá-la porque não tenho experiência com cachorros, mas creio que você encontrará pessoas experientes que lhe darão dicas legais. É assim que tenho feito.
ResponderExcluirÉ verdade: precisamos de pouco para a verdadeira felicidade, mas vivemos nos esquecendo disso.
Abração, Cecília