segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Cacá e o sol

Cacá, por estes dias, está encantado com o sol.  Ontem, ao sair para trabalhar, deixei-o sobre a mesa, tentando resgatar os reflexos de luz que brincavam sobre o vidro de um quadro.  Tão bela aquela imagem: a carinha delicada do gato, seus olhos verde-água acompanhando perplexos o movimento da luz!

Hoje, no mesmo horário, ouvi seu chamado insistente e fui até a sala.

- O que é que há, meu amor?    Acompanhei a inclinação de sua cabeça para encontrar o motivo de tanta inquietação: uma fina réstia de sol desenhava-se no teto, da janela até a parede frontal.  Olhando para ela, Cacá miava, aflito.

Juntei as duas abas da cortina para terminar como o motivo de sua inquietação.

E saí pensando que, muitas vezes, agimos como o meu gatinho: nos assustamos com alguma coisa, simplesmente por ser desconhecida.  E fugimos, deixando de aprender ou experimentar algo novo.  Deixando de viver novas experiências, sem ao menos tentar.  Igualzinho  ao gato com pelo dourado, que teme a luz do sol da qual ele mesmo foi tecido.   

Um comentário:

  1. Curto e profundo. E deixamos de viver tantas coisas pelos medos que habitam a nossa imaginação. Que a gente possa ir além e sentir o sol de cada descoberta.
    bjs,
    Newmann

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