sexta-feira, 7 de setembro de 2012

ENTÃO... VOLTEI!





Faz tempo que não apareço por aqui, que não atualizo o blog, faz tempo que escrevo apenas na minha cabeça.  Motivo? A vida e suas prioridades, fatos que, no meu caso, tornaram-se mais importantes que o blog e a necessidade de escrever porque envolvem seres viventes.  Mais especificamente, seres viventes lindos e fofinhos, sempre cheirosos, que atendem pelo genérico nome de gatos. 

A gatinha em questão está, nesse momento, deitada no meu sofá, seu pelo branquinho fazendo um lindo contraste com o vermelho da almofada em que se recosta, seus olhos brilhantes sempre atentos.  O câncer, que ferira seu nariz, felizmente regrediu e só falta ela perder o medo de mim.  Agora está tudo bem, mas Maria Rita, carinhosamente chamada de Tita ou Branquinha, sofreu e exigiu muita paciência de minha parte e de todos que comigo compartilharam sua vinda para cá.  Foi um resgate emocionante,  nos jardins do prédio onde trabalho, seguido da ida ao veterinário, à noite, com Maria Rita surpreendentemente quieta dentro da gatoeira, no banco de trás do carro de Vânia, que dirigiu muito cuidadosamente até a clínica.    
    
Depois da castração e exames, veio o tempo no quartinho do porão, no bloco onde moro.  Foi muito difícil para mim, pois eu fazia de tudo que me aconselhavam para estabelecer contato, mas a Branquinha apenas ficava me olhando daquele jeito assustado, olhinhos sempre alertas, pronta  para fugir.  Graças a Zezé, protetora também responsável pelo resgate, consegui, no sábado de carnaval, após pouco mais de um mês no porão, trazer Tita para meu apartamento.  Instalei-a no quarto do meu filho, com água, comida e a privadinha.  

Jamais pensei que agradeceria a Deus pela afinidade que meu filho Agnaldo tem com a bagunça em seu quarto, pois acho que isso, junto com sua bondade natural, lhe deu a paciência necessária para ficar mais de 60 dias com uma gatinha morando em seu quarto, que só era arejado às quintas-feiras, quando vinha a diarista. Quase desisto, mas o veterinário dissera que Maria Rita não podia mais viver ao sol por causa do câncer e isso me fez persistir. 

Enquanto Maria Rita se escondia embaixo da cama e passava horas abaixo da janela, por trás de uma bancada, eu conversava com inúmeros protetores e veterinários, buscando uma solução. Uma noite, liguei aflita para minha irmã e disse-lhe que pensava em devolver a gatinha para o lugar de origem.  Rose, que ama os gatos desde criança, me disse: tenha paciência, o tempo dela é diferente do nosso, espere um pouco mais.

Foi então que alguém me indicou o felliway, substância poderosa que facilita a integração entre felinos, pessoas e ambientes.  Perdi o amor ao dinheiro e comprei o felliway. Vivi me emprestou o difusor e ... 5 dias depois, deu-se o milagre: Maria Rita saiu do quarto e começou a se integrar ao seu novo lar. Aos poucos e com muito cuidado, fui tirando do quarto sua comida e banheirinho, até que passou a satisfazer suas necessidades físicas junto com seus novos irmãos, Fefê e Kaká, meus outros “netinhos que miam”.   
Hoje, é uma alegria ver minha linda branquinha ficando cada vez mais bonita e saudável. Descobriu o conforto de uma casa (gatos adoram conforto) e gosta de passar as tardes dormindo na minha cama, sobre as almofadas.  Também gosta de brincar com Fefê e KK, com bolinhas que fazem barulho, e de rolar no tapete da sala. A plena consciência de que jamais conseguiria sozinha, me leva a agradecer a todos que contribuíram de alguma forma para que a vida de Tita fosse salva, uma vez que seu companheiro foi morto por 3 cachorros, no lugar onde moravam.    

Bom, eu falava no início que os cuidados com gatinhos me afastaram dos escritos e do blog. Quero acrescentar que, nesse momento, lá no quarto do porão estão Mila Mamãe e seus 6 filhotes.  Mas... essa história eu conto depois.